Texto publicado originalmente no site Coletiva.net
Quando comecei com a minha empresa não tínhamos nenhum administrador ou gestor contratado. Como não fiz administração na faculdade – cursei metade da Publicidade e Propaganda e inteira de Educação Física(!) – tive que aprender de outras formas (algumas dolorosas) a fazer a gestão da minha empresa.
Entre cursos de marketing, planejamento e financeiro, descobri a chamada “Gestão da Qualidade”, que aqui no Rio Grande do Sul tem como forte exemplo o PGQP – Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade, capitaneado por Jorge Gerdau Johannpeter e Ricardo Felizzola.
Foi aí que vi como simples ferramentas podem auxiliar em um melhor aproveitamento nos processos internos de uma empresa, seja ela de TI como a que sou sócio quanto nas agências de propaganda, nossos principais clientes.
Veja bem, normalmente quando se fala em qualidade geralmente pensamos em produtos, mas este conceito pode e deve ir muito além.
Veja o que diz o PGQP em seu site: “A busca pela excelência em Gestão sempre teve foco em resultados, isto é, na melhoria dos processos, produtos e todos os elementos que compõe uma organização. Mas uma boa metodologia de Qualidade não pode ser apenas eficiente, precisa também poder ser aplicada a qualquer organização, de todos os portes e segmentos.”
PDCA
Por exemplo, dentro da agência de publicidade e propaganda podemos usar um método da qualidade que é o ciclo PDCA, do inglês “PLAN – DO – CHECK – ACT”, que traduzindo ficaria em algo como “Planejar-Executar-Verificar-Ajustar”, para resolver problemas ou melhorar alguns processos.
Vamos analisar um caso: digamos que tem se notado que determinadas artes-finais tem levado um tempo maior para que fiquem prontas, atrasando a entrega embora os layouts fiquem sempre prontos no prazo. Se empregarmos o PDCA podemos:
a) PLAN: observar o que ocorre com os arte-finalistas e assim notar, por exemplo, que eles passam muito tempo REFAZENDO os layouts, pois eles são entregues em baixa resolução pelos diretores de arte;
b) DO: com isto em vista, orientar que o Diretor de Arte, ao fazer um layout, já o faça com alta resolução para que quando o arte-finalista o receba o finalize, não o refaça;
c) CHECK: uma vez implantado, verificar se o tempo na arte-final reduziu ou não e isto pode ser feito de maneira empírica, ou usando de ferramentas como a planilha de horas (timesheet);
d) ACT: com os dados coletados, o gestor poderá então aferir se houve uma melhora no processo, ou seja, se o tempo para que o layout se transforme em arte-final diminuiu e com isso a entrega do anúncio, por exemplo, foi feita com maior eficiência. Se tudo correu bem – ou seja foi positivo – este processo pode então ser padronizado e o conhecimento deve ser replicado para todos que são ou irão fazer parte do departamento de Criação.
Resumindo…
Este é apenas um exemplo. Os métodos e ferramentas da Gestão da Qualidade nas agências de publicidade podem ser aplicados em diversos processos dentro da empresa, pois afinal de contas, ela é um empreendimento como qualquer outro e deve ser tratada como tal.
Nos dias de hoje devemos sempre procurar maximizar nossos lucros, minimizando custos sem perder o foco, identidade e alegria do negócio.